Uma a cada 3 crianças e adolescentes que estão nas redes sociais tem perfil totalmente aberto
Dia Internacional da Proteção de Dados
Pesquisa exclusiva da Unico, líder na validação de identidade, e do Instituto Locomotiva revela que 89% dos pais e mães acreditam estar preparados para garantir a privacidade de dados, mas 73% desconhecem ações que podem ocasionar vazamentos
São Paulo, 28 de janeiro de 2025 - Já há algum tempo, o arroba nas redes sociais praticamente tornou-se o novo número de identidade: quase todo mundo tem um. Diante dessa realidade, não é de espantar que 75% das crianças e adolescentes brasileiros tenham um perfil próprio em alguma rede social. Contudo, surpreende que muitos desses perfis são totalmente abertos, com fotos e dados de menores expostos a qualquer um — mais precisamente, 1/3 das contas de crianças e adolescentes são públicas.
Essa é uma das descobertas do levantamento exclusivo da Unico em parceria com o Instituto Locomotiva, feito com pais e mães de crianças e adolescentes para o Dia Internacional da Proteção de Dados. Celebrado em 28 de janeiro, a data visa promover a conscientização sobre a importância de garantir a privacidade dos dados pessoais. Nesse contexto, a Unico, empresa líder em soluções para validação da identidade real das pessoas e que está construindo um ecossistema seguro e confiável, segue comprometida com ações de letramento digital para pais, educadores, crianças e adolescentes. A pesquisa identificou que 47% desse público não controla seus seguidores nas redes sociais. Ou seja, adiciona qualquer pessoa que faça uma solicitação e, assim, interage com desconhecidos.
É verdade que, de forma geral, o perfil das crianças nas redes sociais costuma ser criado pelos pais. No entanto, isso não impede que os dados sensíveis desses jovens usuários estejam mais vulneráveis ou mesmo desprotegidos na internet. Prova disso é que 61% dos filhos têm práticas de exposição, como compartilhar fotos pessoais e de familiares, marcar localizações e identificar membros da família nessas plataformas. Para se ter uma ideia, 40% deles já postaram fotos suas em ambientes que frequentam no dia a dia, e 33% fizeram isso usando uniforme escolar ou marcando o arroba da escola que frequentam. Infelizmente, esse mesmo descuido se repete entre os pais e responsáveis por esses menores de idade. Nove em cada dez tutores têm práticas de exposição como compartilhar fotos de familiares e filhos e marcar localizações (92%). Além disso, 46% dos responsáveis afirmam que deixam evidente, ainda que sem intenção, onde a criança ou adolescente estuda.
“Os resultados da pesquisa comprovam que a exposição excessiva nas redes sociais é preocupante, especialmente, para crianças e adolescentes. Embora, segundo a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), as informações disponibilizadas em perfis ‘abertos ao público’ não devam ser coletadas sem que sejam observadas as devidas bases legais, o que pode incluir o prévio consentimento dos usuários, sabemos que fotos, e informações como locais frequentados compartilhados nas redes podem criar um mapa de vulnerabilidades, que pode ser explorado por fraudadores e pessoas mal-intencionadas”, afirma Diana Troper, Data Protection Officer (DPO) da Unico.
Para Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, os ambientes digitais estão moldando uma nova geração, mas também trazendo desafios importantes. “A exposição excessiva nas redes sociais e a falta de supervisão efetiva colocam crianças e adolescentes em situações de risco que afetam toda a família. Mais do que proteger, é preciso garantir que essa geração — e seus pais — naveguem na internet de forma segura e saudável, transformando o digital em uma ferramenta de crescimento, e não de vulnerabilidade", afirma.
Falta conhecimento sobre proteção de dados
Ainda que os pais e responsáveis por menores de idade se digam muito confiantes acerca das medidas relativas à privacidade dos seus dados pessoais (2/3 acreditam que têm grande controle sobre quem acessa suas informações pessoais; 89% acham que estão preparados para prevenir ou reduzir riscos relacionados à proteção de dados; e 86% concordam que devem educar seus filhos sobre a proteção de dados para evitar problemas futuros a realidade parece um pouco diferente. Isso porque apenas metade dos pais configura o perfil de seus filhos nas redes sociais para o modo "conta infantil” ou utiliza outras formas de moderação. Outro agravante nesse cenário é o fato dos próprios adultos não terem o conhecimento necessário para proteger informações sensíveis. A pesquisa identificou que 73% dos pais desconhecem os riscos de ao menos uma das ações que podem ocasionar vazamento de dados pessoais, sendo elas:
- Clicar em links ou abrir anexos de e-mails sem confirmar a procedência
- Utilizar computadores públicos ou compartilhados
- Utilizar redes públicas de wi-fi
- Utilizar as mesmas senhas em várias contas
- Baixar e instalar aplicativos de origem duvidosa no celular
- Não atualizar softwares e aplicativos com frequência
- Utilizar as informações dos cartões de crédito físicos em sites e aplicativos (ao invés de gerar cartões virtuais temporários)
- Jogar documentos no lixo sem destruí-los
Por fim, o levantamento ainda traz outra informação que corrobora a percepção de que, apesar de conhecerem sobre a proteção de dados, as pessoas podem estar falhando na prática: 59% dos pais de crianças e adolescentes acreditam que seus filhos já compartilharam alguma informação pessoal e sensível nas redes ou por meio de mensagens.
“Estamos trabalhando para promover a conscientização dos adultos para que eles possam transformar conhecimento em atitudes concretas, capazes de garantir a privacidade dos dados pessoais de crianças e adolescentes em um ambiente digital cada vez mais desafiador”, analisa Diana. “É essencial que pais e responsáveis estejam atentos a essas práticas e incentivem o uso responsável da tecnologia, promovendo uma cultura de privacidade desde cedo. A conscientização e a educação digital são os pilares para proteger as futuras gerações no ambiente online".
Metodologia
A pesquisa foi realizada em duas etapas: a qualitativa, que entrevistou 9 especialistas na temática de proteção de dados de crianças e adolescentes em ambientes digitais, e a quantitativa, que contou com a participação de 2.006 responsáveis por crianças e adolescentes em todo o Brasil. O levantamento ocorreu entre os dias 9 e 24 de outubro de 2024, com uma margem de erro de 2,2 pontos percentuais.
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Sobre o Instituto Locomotiva
O Instituto Locomotiva trabalha para mostrar que existem pessoas e histórias por trás de cada número. Olhamos a fundo para a população que vive, consome e sonha no Brasil, para que nossos números tenham história e identidade. Com isso, transformamos resultados de pesquisas em conhecimento e estratégia, ampliando as possibilidades de empresas, instituições e organizações, contribuindo para a construção de identidade entre elas e seus públicos e gerando indicadores capazes de fomentar o debate público. Nosso trabalho é sermos porta-vozes da população e um farol para os dados que realmente importam. Saiba mais em ilocomotiva.com.br
Fonte: https://unico.io/